30 de agosto de 2011

Andando pela França

Antes de seguir viagem, no último dia 17: 


Agora que eu já carrego os jardins de Strasbourg na saia, vou tatear outras partes da França e eis que vem a pergunta: o que pôr na bagagem que levarei nos 15 dias de férias pelas cidades de Paris, Lyon, Montpellier, Marseille e, depois, Paris novamente? Já sei: roupas, sapatos e perfumes que digam quem eu sou; livros preciosos, caneta, papel, um largo senso de observação, pitadas de curiosidade, meu sorriso, um bom papo e sementes de poesia. Pronto: encontrei o formato da mala e estou indo.

Após arrear as malas dentro de casa, anteontem:

Percursos novos, outras paisagens desvendadas, encontros suscetíveis a desdobramentos poéticos, aprendizados que me fazem crer cada vez mais que caminhar pelo mundo é mesmo uma riqueza incontestável, reconexão mais profunda com minha essência e uma bagagem bem maior do que a que comigo seguiu pelos trilhos dos inúmeros trens que me conduziram de cidade em cidade. Retorno para Strasbourg, após 13 dias de viagem pelo centro, leste e sul da França, e posso afirmar: que país lindo e tão diverso!

9 de agosto de 2011

Duas mães

Todo dia, do alto das suas pontes com jarros de flor, que são para mim sua principal marca, ela reforça seu discurso, dizendo-me: 


- Sou uma linda não sou, Sarah? 


E eu confirmo: 


- É. 


Afinal, não há como negar o quanto Strasbourg esbanja boniteza. Percebam: neta do Império Romano, que a fundou em 12 a. C, e filha de duas poderosas mães: Alemanha e França, isso só poderia resultar em paisagens e práticas culturais que impressionam os olhos, concordam? E mais: uma vez nascida de um par de mães, que, sim, brigou muito no passado para ter sua guarda, Strasbourg pegou gosto pelo tal negócio da fusão, combinou bem geografia e arquitetura e se envolveu numa aura que a faz ser um local gostoso para se ver, conhecer, estar. Posso garantir: parida exatamente na fronteira entre as forças maternas que a geraram, Strasbourg, sábia filha que é, soube, com maestria, sintetizar a racionalidade germânica com a criatividade francesa e virou uma pérola de lugar.

Muito há o que escrever sobre ela: sua economia, sua relação com a Europa - aqui funcionam importantes organizações que servem à Comunidade Européia, a exemplo do Conselho da Europa, Parlamento Europeu e da Corte Europeia de Direitos Humanos; sua gastronomia, sua deliciosa cerveja, sua atraente rota do vinho, suas belas casas, seu rio preservadinho onde é possível fazer passeios agradáveis; sua universidade, onde eu estudo, enfim, suas várias camadas de vida. Mas, acredito que somente aos poucos, numa perspectiva de doses e trechos, eu darei conta, se é que vou conseguir este feito, de revelar as numerosas faces desta dama de mais de 2ooo anos, que entre 1625 e 1874, abrigou o prédio mais alto do mundo, a Cathédrale Notre-Dame-de-Strasbourg, que aparece nesta seção de fotos que organizei e espero que vocês gostem.