31 de outubro de 2009

Um papo com o cansaço

Não, que nada, não venha pra cá corroer meu lirismo. Você não me oportuniza o sorriso. Para que eu preciso do sorriso? Para alimentar o mundo do que ele está necessitando, ou seja, de uma suavidade que duele com o atropelamento das emoções. Sim, o mundo me escreveu uma carta. Deu de me pedir que não seja mais uma a cumprir os mesmos ritos que esvaziam relações e solidificam corações. Ui, que responsa a minha, pensei. Mas, guardei a carta na caixa preciosa e me pus a tentar cumprir o seu apelo. Depois que li a correspondência, quis sentir o gosto de uma fruta suculenta, quis também ver um quintal cheio de roupas coloridas, andar na areia da praia e contemplar, contemplar, contemplar, tendo como sobremesa brigadeiro de colher. Sei que para sobreviver é necessário correr atrás, fazer, construir, dar conta disso e também daquilo e também daquilo mais, mas, por favor, não leve meu gingado de menina-mulher que gosta de ler a escritura do mundo.

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