23 de maio de 2010

Milimétrica

As ideias se contorcem atrás do móvel onde a poeira se faz firme esperando alguém que a retire dali. Empresto minhas mãos para a limpeza daquilo que encobre o que nasce para ser visto. A poeira se desfaz. Vibro com isso. Estou atenta ao lugar que minhas ideias têm insistido em escolher para se afugentarem. Afinal, não quero o vazio, não desejo a sensação de que nenhum novo pensamento tive, enquanto o mundo girou, nenhum novo desenho fiz ou pelo menos um sentimento não se chegou. Arremesso incertezas em minhas próprias costas e não deixo de querer funcionar, a partir do que eu acredito. A vida não se resume ao fim do mês, quando o salário entra na conta bancária. A vida não se resume àquela discussão sem pé nem cabeça que você teve antes de sair de casa. A vida é mesmo muito curta, milimétrica e se faz no miudinho do dia a dia, e eu não posso me esquecer disso.

3 comentários:

  1. Sarita,

    Neste seu dia, ás 7 horas tem uma mensagem especialmente pra vc no meu blog. Compartilhe ela com seus amigos através do link www.verapassos.blogspot.com
    Beijos sinceros,sincronizados, sintonizados, 3S, enfim.

    Vera Passos

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  2. "Quem atribui ao mar
    a culpa pela solidão dos corais
    pelas vidas imperfeitas
    dos peixes habituados ao abismo,
    monstros quietos
    só de sal silêncio e sono?
    eu precisava te dizer,
    enquanto palavras ainda resistem,
    antes de se tornarem moluscos
    nas espinhas da noite,
    antes de se perderem de vez
    no esplendor da vida
    submarina" (Ana Martins Marques)

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