9 de agosto de 2011

Duas mães

Todo dia, do alto das suas pontes com jarros de flor, que são para mim sua principal marca, ela reforça seu discurso, dizendo-me: 


- Sou uma linda não sou, Sarah? 


E eu confirmo: 


- É. 


Afinal, não há como negar o quanto Strasbourg esbanja boniteza. Percebam: neta do Império Romano, que a fundou em 12 a. C, e filha de duas poderosas mães: Alemanha e França, isso só poderia resultar em paisagens e práticas culturais que impressionam os olhos, concordam? E mais: uma vez nascida de um par de mães, que, sim, brigou muito no passado para ter sua guarda, Strasbourg pegou gosto pelo tal negócio da fusão, combinou bem geografia e arquitetura e se envolveu numa aura que a faz ser um local gostoso para se ver, conhecer, estar. Posso garantir: parida exatamente na fronteira entre as forças maternas que a geraram, Strasbourg, sábia filha que é, soube, com maestria, sintetizar a racionalidade germânica com a criatividade francesa e virou uma pérola de lugar.

Muito há o que escrever sobre ela: sua economia, sua relação com a Europa - aqui funcionam importantes organizações que servem à Comunidade Européia, a exemplo do Conselho da Europa, Parlamento Europeu e da Corte Europeia de Direitos Humanos; sua gastronomia, sua deliciosa cerveja, sua atraente rota do vinho, suas belas casas, seu rio preservadinho onde é possível fazer passeios agradáveis; sua universidade, onde eu estudo, enfim, suas várias camadas de vida. Mas, acredito que somente aos poucos, numa perspectiva de doses e trechos, eu darei conta, se é que vou conseguir este feito, de revelar as numerosas faces desta dama de mais de 2ooo anos, que entre 1625 e 1874, abrigou o prédio mais alto do mundo, a Cathédrale Notre-Dame-de-Strasbourg, que aparece nesta seção de fotos que organizei e espero que vocês gostem. 







































































6 comentários:

  1. Fico tão impressionada! Não somente pela paisagem, pelo objeto de retratação em si, mas pela forma com vejo essa cidadezinha maravilhosa sendo desenhada por tuas palavras. Encantador.
    Me dá uma vontade de escrever bem assim também ! rs

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  2. Ufa! Estou extasiada con essa viagem. E vou logo dizendo o que quero: uma bicicleta verde, um passeio nesse trem, outro passeio nesse barco, uma Missa nesta igreja, um passeio nesse rio com essas flores...
    Impressionante como me é tão "familiar", essas paisagens e histórias, me lembram tantos livros há tempos lidos. Obrigada, por me traze-los de volta.
    Bjs

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  3. Sarah, que maneira linda de descrever a cidade. E que belas fotos. Obrigada por compartilhar esses momentos com quem está do lado de cá. Bjs

    Geralda

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  4. Verdade meu amor. É importante perceber que precisariamos de muitas vidas para absorver tantas informações a respeito desta cidade que nos acolheu de maneira tão delicada. Sinto falta de uma foto nossa que tambem é parte desta paisagem em que iniciamos uma nova fase em direção ao amadurecimento de nosso amor de tantas e inenarráveis formas de se estar e de se ser. Lembro que ser e estar para esta cultura tem sabor e dimensão diferentes da nossa. Talvez a cidade onde achamos a eterna fonte da juventude.

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  5. Uma cidade linda mesmo! As fotos também confirmam.
    bj grande

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  6. Pôxa, Sarah, que delícia seu blog. Tudo lindo: as cores, as fotos, as fontes, suas palavras. Na sua descrição do blog, viajei para dentro de mim, das eus que queria ser e da eu que talvez eu seja. São muitas opções a serem esolhidas nessa vida tão curtinha. Eu queria muito viajar como vc está fazendo agora. Mas, quis o mundo, com minha conivência, que eu tivesse filhos, marido, casa, emprego público e medo de avião. Assim, me realizo em meus filhos (que lêem partitura, coisa que eu mesma nunca conseguir fazer) e nas viagens dos amigos, e sei que ao ver meus filhos, minha casa e meu casamento, também sentem que talvez quisessem uma vida como a minha. Por isso é tão bom ser humano. Porque realizamos no outro - que somos nós também - todas as escolhas possíveis e as que talvez não fossem possíveis ontem, mas o são hoje e comuns serão amanhã. Coinscidentemente estou dando aula de HIstória da Arte no cursod e teatro e dança da UESB em Jequié e falamos muito sobre a catedral de Notre-Dame, esta e a de Paris. Bom ver que tem uma amiga minha lá, pertinho dela. Eu estou aí, de alguma forma. Adoro suas visitas aos meus blogs. Agora seremos comadres de blog. Grande beijo, flor. Viaje por mim!

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