26 de dezembro de 2011

Passagens

Impossível anotar os pensamentos que me chegam nos minutinhos que antecedem o sono, pois são muitos e em vários idiomas. O pão continua sendo saboreado com atitude, a bicicleta anda um pouco de lado, ainda que eu tenha me esforçado bastante para circular com ela sob as baixas temperaturas que já fazem por aqui, e o vinho é mesmo aquele item que não pode faltar. Começo a ver minha memória muito mais como vasos comunicantes que como gavetas de um móvel. Assim, tudo se encontra e se embaralha, como é mesmo a tônica da vida. Repico a efervescência, misturando-a com tudo que posso e extraio dimensões extensas de momentos bem simples, como atravessar a rua, por exemplo. As aulas na universidade tomaram rumos não sabidos e o modelo de prova na França me espantou: os alunos chegam a passar oito horas seguidas, testando os conhecimentos adquiridos. Perdi um monte de frases criativas que me chegaram pedindo adesão, pois a correria não me permitiu ancorá-las sobre o papel. Mas, se perdi frases, o amor desembarcou e está aqui desde outubro, ganhei mais amigos, agreguei novas palavras em francês, uma casinha linda nos chegou como moradia, fomos à Paris, Suíça e Amsterdam, e um ritmo de comemoração permanente me convida a dançar e eu estou sempre indo. 

Um comentário:

  1. Que interessante pensar em vários idiomas!
    Não é pra qualquer um, risos.
    Fiquei surpresa também em saber que as provas daí são longas!
    Fico imaginando você ai na França circulando de bicicleta, aproveite!
    Quero desejar um FELIZ ANO NOVO!
    Bj Alaíde

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