27 de setembro de 2009

Escrevendo para ser-me

Não me esqueci do papel em branco, não me soltei do pescoço da palavra, nem me faltou motivo para escrever. O teclado em nenhum momento deixou de estar ao alcance, a criação não me abandonou e graças a Deus as formosuras da vida não se ausentaram dos meus dias. Contudo, a correria, às vezes, come minhas iniciativas de mulher que escreve para saber mais de si mesma. Inventa de levar com ela o impulso escrevente que me acompanha, e demora para me devolver. Por isso, fico dias sem me manifestar por meio da linguagem sensível. Olha, vou contar um segredo: há momentos em que me falta chance para usar o tempo com soltura. Mas, hoje é domingo, há particularidades no ar e uma descoberta linda me ocorre: estou tocando o que desejei para mim. E é tão lindo quando o desejo se converte em ato concreto! Quando deixa de ser um desenho esfumado e ganha tom palpável e descrítivel, quando seu hiato com a realidade se desfaz e passa o desejo a ter imagem captável a olho nu, passa o desejo a usufruir do caráter de vida ao vivo e a cores. Tão gostoso sentir o desejo ganhando enchimento! Sendo preenchido com o que foi sonhado! Fantástico vê-lo acessar a categoria de coisa tátil e não somente imaginada. Maravilhoso assistir ao desejo pendurar no passado o status de desejo e se carimbar solenemente no presente com o atestado de verdade vivenciada. E viva a realidade que tem o desejo como rascunho, meu Deus!

3 comentários:

  1. Ai Sarah, como é bom VIVER as suas palavras! Obrigada, por elas existirem.
    Bjs

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  2. Perfeitooooo
    AMEM!
    Nada como ver as coisas tomando forma mesmo!
    Beijao querida

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  3. Lindo Sarah... E como diz Henry Louis Mencken:
    "O amor é o triunfo da imaginação sobre a inteligência."
    Viva a imaginação

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