23 de junho de 2011

Urgência dos meus olhos

Nossas partes abrigadas dentro da mesma casa, anúncio firme da vida me dizendo que o inédito é a tônica  e eu descobrindo que pelo menos uma certeza eu carrego: sou sempre tomada por um senso de urgência fotográfica, quando me proponho a desvendar uma cidade.

Não tem perdão, desembarco em novo terreno, e meus olhos, como soldadinhos, colocam-se ao dispor da fotografia que haverá de revelar o céu desta cidade, as flores, as árvores, meus pés, as ruas, sua arquitetura, os ônibus, os carros, o trem - se houver - e os bancos das praças.

Aliás, destes, mesmo que eu tente, eu não consigo fugir de fazê-los parte de mim, trazê-los comigo de alguma forma. Taí uma das minhas manias: voltar a câmera para os bancos de praça. Que tal um agora?


Selecionei este. Ele fica em frente à minha casa, e eu adoro saber que moro numa rua, onde dispomos de bancos para sentarmos e contemplarmos o que se coloca à nossa frente. Minha rua se chama Boulevard de la Victoire.

É maravilhoso nos acomodar em seus bancos, bater um papo, ver o tempo passar, as pessoas caminharem dentro dos seus rumos e não-rumos, passarem a bordo das suas bicicletas. Ai, é tão bom!

E esta é uma novidade em minha vida. Afinal, até aqui ainda não havia morado em rua, com banquinhos de praça, e eu estou gostando bastante desta experiência, sabe? É que sinto-me mais perto do que se chama "não-pressa".

2 comentários:

  1. ' sou sempre tomada por um senso de urgência fotográfica, quando me proponho a desvendar uma cidade.' Adorei essa parte, rs.
    Creio que suas retratações por meio das palavras também são uma forma de fotografia, e como se até mesmo nós, seus leitores, estivéssemos presentes no que você descreve com tantos detalhes, tanta leveza encantamento.

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  2. OBRIGADÍSSIMA!!!!
    Um elogio vindo de você... é inenarrável!!
    Fiquei super feliz em ver você me seguir, logo você tão perfeita nas palavras!! Me senti lisonjeada. Beijoss

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