29 de março de 2011

Olha eu na Embaixada da França


Expansão gostosa dentro de mim, corrida desvairada lá fora, documentos providenciados, imensidão bonita chegando sob o nome França, este lugar onde a revolução brotou e alterou algumas práticas no mundo; uma mãe incrível, que me diz: "seja feliz, minha filha, não se precipite, siga seu caminho, vá em frente, você pode, você é luz, você é guerreira, você é merecedora porque você batalha"; e um pai, que me aplaude, que me faz me sentir parte da sua história, fruto do seu suor derramado, o qual, junto com o da minha mãe - trabalhadora vigorosíssima -, compõe o alicerce da mulher que sou, hoje. Com um pai e uma mãe tão participativos em minha caminhada, o que eu posso mais querer desta vida no que diz respeito ao lugar de filha? Amo o homem e a mulher que me colocaram no mundo. Meu Deus, e quanto os admiro! Quanto sou grata por tudo que fizeram e fazem por mim. Obrigada, meu Deus, muito obrigada!

28 de março de 2011

Sim

Tenho tanto a comemorar que não estou acertando. Deus me diz por onde posso começar. Solto fogos? Ou cantarolo sob a chuva, me deito para ser tomada pelo sol, abro uma champanhe e me entrego às águas do mar, com toda a efervescência que me é peculiar? Amo saber que a vida é feita de presentes.

Emoções

O que talvez explique meu silêncio e também minha fala confusa seja minha intensidade, meu ritmo, meu senso de profundidade em tudo que me ocorre. Sou demasiadamente dada ao sentido pleno da caminhada. Tenho vivido dias com sabores de vitória e de tudo mais que este sentimento carrega em suas entrelinhas. Não posso deixar de dizer que meu coração segurou minha mão e eu conheci sensações nada sabidas por mim. E, com receio de me acusar de não ter absorvido o momento com tudo que ele me aponta e me oferece, sucumbi a uma certa insistência.

14 de março de 2011

Quebrada estou

Não sei onde depositar a crença que se desconfigurou, em virtude da coexistência de forças desconhecidas que passou a habitar meu eu, o qual borbulha como água antes de receber o pó de café.

Parece-me que vou precisar inventar um recipiente para seu armazenamento.

Pra completar, o local em mim feito para eu acomodar minhas inquietantes sensações sumiu faz tempo, e o corrimão, que me permitirá chegar ao alto da certeza do que eu busco, ficou tão escorregadio, que eu parei um pouco no caminho.

Preciso respirar e beber água para continuar seguindo.

Mas, enquanto me recomponho, dou a mão às vozes que me apoiam; e aos ombros que me acolhem eu dou o meu corpo e conto os meus segredos.

Esta música tem a dizer, hoje

9 de março de 2011

Outro agito

"Que tal uma suspensão dos já conhecidos circuitos para ferver o corpo de outro modo?" Disse-nos de um jeito quase sem querer a desregrada e boa folia de Salvador.

Recebemos o sinal,
não pensamos duas vezes,
obedecemos,
nos organizamos, sem pressa,
sob o olhar do dia que nascia,
e nos lançamos em outro agito.

Resultado: o carnaval 2011 passou em nossa pele sendo também motivo para mergulharmos nas águas do rio Paraguaçu e cruzarmos com o inédito da geografia, ao pisarmos, nada mais, nada menos, do que o lugar onde o vento faz a curva.

Sim, sim, estivemos lá. Trata-se de um recanto guardado no povoado de Coqueiro, um dos pedaços ribeirinhos do mundo, onde somos recebidos com luz incrível, cerveja gelada, fusca azul estacionado na ladeira, samba dos homens-Batman e a melhor mariscada da redondeza.

Ah, além disso, há também um punhado significativo de moscas que ali estão - acredito - para que não nos desconectemos por completo da necessária realidade.

E toda esta farra boa nos tomando porque buscamos alimentar os dias de Momo com as fantasias e as máscaras de Maragojipe. Então, guiados por este desejo, pegamos a estrada, nos entregamos ao astral dos amigos, nos hospedamos na maravilhosa pousada Recanto do Rio, em Cachoeira, e lá fomos nós ao encontro do riso, da dança solta, das imagens tocantas, da roda que gira no sentido da euforia pura e da purpurina leve.

É isto: este ano, optamos por não nos escondermos de um tipo de alegria que brota, quando nossos sentidos estão completamente voltados ao exercício da brincadeira e totalmente despreocupados com a sensação de insegurança.

Vixe como é bom...

2 de março de 2011

Escrito para abrir a semana

1) compor para descompor,

2) revisar minha interpretação de mundo,

3) construir perguntas sobre o que eu acreditava já saber,

4) rimar pensamento com sentimento,

5) perceber o limite dos meus códigos de convivência com o outro,

6) customizar, com flores bordadas, as feridas abertas em mim,

7) aliar-me ao ofício do sol,

8) usufruir do tempo,

9) desopilar, perdoar, sentir,

10) seguir crendo no amor,

eis meus dez compromissos para esta semana.