15 de janeiro de 2010

Primeira fronteira difícil

Escrevo de dentro do ônibus, às 02h21. Estamos na fronteira entre o Paraguai e a Argentina, no lado paraguaio, depois de termos demorado bastante tempo para conseguirmos passar para o lado argentino. Uma vez atravessado para lá, retornamos para o lado paraguaio porque fomos impedidos de entrar em Posadas, em terras argentinas, onde inclusive tínhamos reservado hospedagem. Os guardas cobraram um documento que o Brasil não concede em casos de transporte federal (placa branca), como é o ônibus da UFBA que está nos transportando, sob o apelido de Inulatão, pelas belas estradas da nossa América do Sul. Isso foi explicado para eles, mas não houve jeito, e tivemos que voltar para a cidade fronteiriça em solo paraguaio, e que se chama Encarnação, em português. A recomendação é atravessarmos a fronteira, amanhã, trazendo conosco uma recomendação do Consulado, o que vamos solicitar também amanhã. Isso poderá ser facilitado porque o embaixador do Brasil no Paraguai nos deu seus contatos e disse que podemos contar com ele para tudo. Sendo assim, agora vamos dormir no Paraguai. A exigência da equipe de fronteira do lado argentino está completamente equivocada, disse nosso coordenador, que é professor de Relações Internacionais. Chamo atenção para o fato de que a Argentina é integrante do Mercosul, como o Brasil, o que agrava ainda mais o impedimento que nos foi dado na fronteira. Agora estamos indo para uma pousada em Encarnação. Hum! E, para todos os caminhos que fazemos, haja GPS e consultas e consultas a mapas. Não é incomum os motoristas, muito habilidosos, por sinal, fazerem manobras de volta, acionar a ré e buscarem outro atalho. Isso nos gera uma sensação incrível de desbravamento. Ainda sobre a não-travessia da fronteira, me impressiona ver como as mercadorias circulam livremente pelo mundo, e, nós, pessoas, não. Bom, escrevo de um computador emprestado. A viagem já está no nível do compartilhamento de equipamentos, comida, itens de beleza etc. Ah, temos em nosso ônibus uma impressora que nos ajudou muito na fronteira paraguaia, pois precisamos imprimir alguns documentos. Mais um informe: saímos de Assunção por volta das 16 horas, e o caminho até aqui foi recheado de pontes extensas, mas só vi uma delas. A mais bonita, me disseram. Não vi as demais porque dormi. O cansaço bateu. Vou parando por aqui num momento em que Marivaldo, o motorista deste momento, faz mais uma manobra de volta para outro ponto. Como é bom estar em estradas que nunca imaginei antes.

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