27 de janeiro de 2010

Um novelo de emoções que não quero perder

São muitas vivências colecionadas em menos de 20 dias de viagem. Capturas que nem sempre consigo depositar neste espaço onde procuro partilhar minhas emocionantes descobertas. Desde que sai de Salvador, sou puro acúmulo de experiências sensacionais e que me convidam a pensar, sentir, escolher, caminhar, tocar, saber mais de mim e da América Latina. Não cessa de chegar informação, sentidos novos, afeto bom pelos companheiros e companheiras da Caravana. Já sonhei em espanhol; já pus roupa para lavar na lanvanderia; conversei com ativistas na praça; comprei livros, discos e artesanato; comi trigo com pêssego, ou seja, o tradicional "mote" que faz parte da cozinha chilena; pirei na Cordilheira dos Andes; tomei banho em banheira e adorei Montevidéu. Sua forma de se fazer lugar, endereço, mundo habitado transmite uma imensa sensação de bem-estar. A cidade é uma delícia, e todos nós adoramos conhecê-la. A correria da Caravana, no entanto, não me deixou ser atenciosa com Montevidéu, no que se refere à produção de texto, embora eu tenha escrito sobre suas características em meu diário de bordo. Contudo, não cheguei a publicar aqui. Faço isso agora, aproveitando o rastro das palavras dedicadas para Santiago, pois quero sentir que falei de Montevidéu, que dei-lhe a atenção merecida. Ôps! Mas, ainda me sinto em débito com as Mães da Praça de Maio; o Conflito das Papeleiras; a sensação de ter cruzado, de uma ponta a outra, o Uruguai, pois sua extensão territorial equviale a do estado do Rio Grande do Sul, no Brasil; a viagem de 29 horas que fizemos de Buenos Aires para Santiago, sem parar um instante sequer para dormir; os lindos caminhos entre os países e que são repletos de inéditas imagens - para se ter uma noção: da Argentina para o Chile, dormi em alguns trechos, mas, quando acordava e olhava da janela do ônibus, me deparava com cenas arrebatadoras de tão belas, cenas que chegam a parecer aquelas impressas nas folhinhas, ou seja, paisagens que nós duvidamos que existam. Bom, são muitas colheitas e confesso que ainda estão fora deste blog: fotos feitas para mostrar as cidades, algumas narrativas sobre comidas e cheiros, texto sobre o ótimo entrosamento do grupo, conversas inteligentes tidas dentro do ônibus, as minuciosas exigências das fronteiras - ah, mais uma vez, agora, para entrar no Chile - esvaziamos todo o ônibus e nossas bagagens foram fiscalizadas pelos agentes. São mesmo muitas falas querendo brotar. Vamos que vem mais por aí.

2 comentários:

  1. Como já escrevi antes para ti: parece que viajei contigo no teu diário. Devias ser escritora, pois já a considero! Que beleza moça, que bom que gostastes da viagem. Fui a New York e tbm fiquei encantada, coisa de consumista, esse negócio da cidade mágica...rss...
    esmaques pra ti!

    ResponderExcluir
  2. Avise a nossa amiga acima, que voce já é uma Escritora. Pelo menos, para mim, que sou sua assidua e fiel leitora... rsrs
    Bjs

    ResponderExcluir