18 de fevereiro de 2010

E que venha o oitavo país

Amanhã, às 7 horas, partimos em direção à Colômbia. Ufa, não vamos precisar acordar às 4, o que é comum quando a estrada é o alimento dos nossos olhos, conforme já comentei anteriormente. Confesso que ter mais três horas de sono me agrada muitíssimo. Vou poder alongar o sonho e abastecer o corpo de energia para dar conta de mais horas e horas dentro do nosso amado ônibus.

Até Bogotá o percurso, embora seguro, requer cuidado em virtude das diferentes forças que convivem no território colombiano. Fizemos uma reunião há poucos instantes, olhamos o mapa, vimos por onde vamos passar e estamos atentos às recomendações dadas pela Embaixada do Brasil naquele país. Seremos obedientes.

Por precaução, retiramos Medellín do nosso roteiro. Afinal, esta viagem é assim: um exame permanente de possibilidades, e, por isso, recorremos insistentemente ao estudo lírico dos riscos e ao contínuo exercício do desapego. Que aprendizado belo este! Estamos indo, fazendo, tocando, cumprimentando o que estar em nossa frente, de modo que ora nos aparece o que não estava programado, como o banho de mar no Pacífico em plena rodovia, o que se deu porque erramos o caminho; ora sai de cena aquilo que estava planejado, como aconteceu com Machu Picchu.

Então, como somos seres do "não sei", eu abraço absolutamente tudo que me surge: a fotografia do senhor sentado na praça, o capim crescendo no parque, a roda do ônibus atrás do canteiro florido, o sorriso boliviano de Ada, o cabelo grande do taxista em La Paz, uma mulher, no batente da porta, em Quito, amamentando sua filhinha que vestia um lindo vestidinho rosa; o café com leite da cidade peruana de Trujillo, as cores do Caminito, em Buenos Aires; a conversa com José, em Assunción... e tudo mais que eu nem consigo dizer.

Afinal, já passamos pelo Paraguai, Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru e Equador. A emoção ferve e eu digo: que venha a Colômbia.

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