12 de fevereiro de 2010

Estranho para mim

Antes de chegar no Equador, ainda há terra para percorrermos no Peru, e desde que saímos de Lima - o que aconteceu, quinta-feira, às 5 horas da manhã - já almoçamos em Chimbote, jantamos e dormimos em Trujillo, furamos e reparamos o pneu, ontem, em Chiclayo; almoçamos, jantamos e dormimos em Piura, e só vamos encontrar a fronteira com o Equador, amanhã. Mas, mesmo com um bom punhado de tempo dedicado ao Peru, confesso que o país não me tocou.

Estranho, mas é verdade. A impressão que fica é que para o Peru se justificar como destino a ser escolhido para uma viagem, obrigatoriamente o viajante precisa inserir em seu roteiro a tão desejada Machu Picchu, o que foi impossível para a Caravana, visto que o acesso às ruínas está muito ruim, após as fortes chuvas que se abateram sobre a região de Cusco, onde se pega o trem para lá. Ou seja, saio do Peru sem ter cumprimentado a badalada construção Inka.

Bom, mas, mesmo não tendo sido tão tocada por Lima, não deixei de construir duas grandes impressões sobre a cidade, e ouso a apresentá-las: é muito comum, em virtude da herança Inka na região, você tomar o refrigerante peruano Inkacola durante o almoço, depois, caso precise passar em uma farmácia para alguma finalidade, ir à farmácia Inkafarma, e prosseguir o dia, passeando no Inka Market e tomando uma cerveja Cusqueña, no Inkabar, ou seja, "inka" parece ser um prefixo obrigatório para se nomear as coisas, em Lima. A segunda observação é que Lima é um lugar onde forma e conteúdo parecem não ter correspondência. Em minha opinião, a cidade tem o esqueleto de uma São Paulo, mas a carne de uma Feira de Santana, ou seja, há um contrasenso entre seu tamanho e seu conteúdo.

Comunico, então, que em quase quatro dias em Lima, atravessei poucas ruas, comprei alguns presentes - esta parte foi boa -, visitei o Museo de la Nacion, onde vi obras pré-hispânicas; não encontrei estrelas no céu, dancei salsa, peguei táxi, visitei o Palácio do Governo, estive na Plaza del Armas, onde há jardins lindos com flores amarelas e laranjas lhe enfeitando e a cor mostarda se destaca entre suas construções, que têm muxarabi como adereço; fiz poucas fotos, experimentei suco de milho preto, e gostei; tomei meu melhor banho de toda a viagem e ouvi muitas buzinas no trânsito. Conclusão: preciso voltar ao Peru, para atravessar mais ruas em Lima e conhecer Machu Picchu.

Um comentário:

  1. A melhor coisa a se fazer em lima é comer. Se come muito bem aí...achei. Quatro dias é muito tempo. Quem tem como destino Machu Picchu, nem sempre vai aí. Interessante, porém não essencial. Talvez para se conhecer o peruano do litoral, bastante diferente dos que vivem na serra ou na amazônia. os ritmos são outros. apesar da referência constante aos 'incas', a cidade só agora está tentando caminhar sem o passado histórico. virando cosmopolita. lentamente, é verdade. sorte nas adanças pelo mundo, sarah. feliz

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