19 de fevereiro de 2010

Palavras que me chegaram no Parque Carolina

Pensamentos me assaltam, não corrijo meus anseios e embarco na leveza que o lugar me oferece. Renovo o pacto com a sensibilidade para que ela não me abandone. De tanto ver, olhar, escutar, os quadrados viram círculos e os triângulos revertem o sentido. Arrisco dormir, valorizo o verso e penso no formato da flor. Desejo uma foto dos meus pés pisando a grama verde. Deito-me na grama e sinto o sol. Meus óculos escuros são desnecessários. Não encontro cartões-postais para comprar, rasgo coisas dentro de mim, lembro que tenho uma casa e que posso trocar de toalha a cada semana. Vem um entroncamento, uma sinaleira, mas me retiro, volto-me para o verde, quero o sol. Ouço Mercedes Sosa e deliro com sua voz. Não desejo prateleiras, prefiro o vento. Sorrio para um índio e faço-lhe perguntas. Daqui a pouco tudo isso acaba. Não, não acaba, vai ficar em mim totalmente. Tudo isso tem mexido muito comigo, tem me dito quem eu sou, o que eu devo levar como parte de minha história, o que devo deixar para trás, o que devo mostrar para outros, o que devo carregar em minha bagagem. Quero estudar mais, conhecer, criar. O novo e o velho podem conviver em mim.

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