16 de fevereiro de 2010

Um dia leve em Quito

O primeiro aspecto que quero sublinhar em Quito é que sua economia é dolarizada e isso me incomoda bastante porque sugere subserviência. Estranho ver todos os preços em dólar, sentir a cidade muito americanizada e com uma identidade espumante que parece não se firmar. Ainda é cedo para falar da capital equatoriana, onde há a parte moderna, que se chama Mariscal e é onde estamos hospedados, e a parte colonial, mais antiga e que ainda não conheci.

Ontem, foi feriado nas bandas de cá. Por isso, o dia me rendeu um acordar mais tardio, um delicioso café da manhã, um passeio sem pressa pela livraria Libri Mundi, a aquisição de livros preciosos, uma visita a uma loja de artesanatos, uma sopa quentinha no final da tarde, na companhia de Fred, Camila e Mari; um papo muito legal nesta roda boa, um rápido banho de chuva, uma conversa saudosa com meu amor, uma salada rica no jantar e mais vontade de perceber detalhes.

Por isso, vi os jarrinhos de flores nas varandas, em Quito, assim como vi muitos outros a caminho daqui. De tanto que gostei de vê-los, passei a chamar o trecho entre Guayaquil e Quito de "o começo do meu gostar de jarrinhos de flores arrumados em fila". E o gostar já está tão iniciado em mim, que comprei, na Libri Mundi, uma cadernetinha linda com um jarrinho estampado em sua contracapa. Desejo regá-la e escrever bonitos poemas em suas páginas. Ah, quero também ter jarrinhos enfileirados no Cerco Sarah de Ser, que é a minha casa.

2 comentários:

  1. Essa economia dolarizada também me incomoda muito... Se percebe ja em poucos dias em Quito, a grande influência e dominio de empresas e grupos dos EUA nos territorios da capital equatoriana... Mas fora isso, Quito está me agradando muito.

    Cada um da caravana vai te dar de presente um jarrinho desses aí pra colocar no Cerco Sarah de Ser.. rs.. O problema vai ser transportar isso na nossa viagem...rs

    Um abraço

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  2. Sarah, suas palavras são encantadoras. Muito bom ler este espaço. Um espaço que começo a me apropriar cada vez mais para digerir a viagem com os seus olhos também, já que o que estamos construindo não é fruto de um trabalho pessoal, mas de todos os caravaneiros em comunhão (ou quase). Parabéns por toda essa disposição à escrita.
    até
    André Luís

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